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Computador vence humanos na TV

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Watson, da IBM, entre os concorrentes Ken Jennings e Brad Rutter (Foto: AP - 16/2/2011)

John Markoff*

No final, no programa Jeopardy!, os humanos renderam-se docilmente.

Diante da possibilidade segura de derrota para um computador IBM do tamanho de um cômodo, na noite de quarta-feira, Ken Jennings, famoso por ganhar 74 sessões seguidas no programa de perguntas e respostas da TV, admitiu o óbvio. “Saúdo os computadores, os nossos senhores do mal”, escreveu em sua tela de vídeo, repetindo uma frase dos Simpsons.

De agora em diante, se a resposta for “O computador campeão no Jeopardy!”, a pergunta será: “O que é o Watson?” Para a IBM, o confronto não foi apenas um artifício muito bem divulgado e um prêmio de US$ 1 milhão, mas a prova de que a companhia deu um grande passo rumo a um mundo em que as máquinas inteligentes compreenderão e responderão aos seres humanos e, talvez inevitavelmente, os substituirão em parte.

O Watson, especificamente, é uma “máquina que responde perguntas” pelas quais os pesquisadores da inteligência artificial lutaram durante dezenas de anos — um computador semelhante ao de Star Trek, que compreende as perguntas feitas numa linguagem simples e as responde.

O Watson mostrou que é imperfeito, mas os pesquisadores da IBM e de outras companhias já estão criando usos para as tecnologias do Watson que poderão influir significativamente na prática médica e na compra de produtos pelos consumidores.

“Há 20 anos, quem poderia imaginar que isso seria possível?” disse Edward Feigenbaum, especialista em ciência da computação da Stanford University e pioneiro no ramo.

Memória enciclopédica

No projeto Jeopardy!, os pesquisadores da IBM tinham um jogo que exige não apenas uma memória enciclopédica, mas a capacidade de destrinchar frases contorcidas e pouco claras, uma certa dose de sorte e rapidez e estratégia ao apertar o botão de resposta (que era acionado pelo computador mecanicamente, assim como fazem os humanos).

A competição foi gravada em janeiro no Laboratório de Pesquisa T.J. Watson, na sede da IBM, durante três noites. A pontuação é medida em dólares e, no final, Watson conseguiu US$ 77.147, para US$ 24 mil de Jennings e US$ 21.600 de Rutter.

Apesar da capacidade intelectual, Watson não é absolutamente onisciente. Na final de terça-feira, a categoria era cidades dos EUA e a dica: “Seu maior aeroporto tem o nome de um herói da Segunda Guerra Mundial; o segundo maior, o nome de uma batalha da Segunda Guerra Mundial”. Watson provocou risadas do público da televisão ao responder: “O que é Toronto?????”

Watson foi criado com tecnologias que já estão no mercado, e não acessou a internet para responder às questões.

O resultado da competição evocou o episódio em que o computador Deep Blue, também da IBM, venceu no xadrez o campeão Garry Kasparov, em 1997. (* do The New York Times. Tradução de Anna Capovilla)


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